A estrutura do processo de politização nos indivíduos

Descrevo aqui uma visão parcial do que considero o processo de formação política em um indivíduo. 

Primeiro estágio – Inércia Em primeiro lugar o indivíduo neutro ou em inércia política não está apolitizado. Ele corresponde positivamente aos princípios de conservação da ordem. Portanto podemos classificá-lo como conservador. 

Segundo estágio – política de fato O indivíduo “acorda politicamente” e percebe que sua existência pode ter relação com a gestão dos coletivos aos quais pertence. Ele passa a tentar compreender as possibilidades de seu papel político. Percebe que sua atuação é uma atuação social e que modifica o espaço político e que sua inércia é na verdade uma abstenção em favor do estabelecido e que há escolhas e tomadas de posição e possibilidade do diferente. Ele enquanto ser consciente de suas próprias escolhas decide atuar dentro do que considera sua liberdade. Passa a se abrir para o diálogo político. Porém rapidamente percebe que a sociedade já institucionalizou a política e que associações e trabalhos políticos em cooperação são bem mais eficientes do que atitudes individualizadas. 

Terceiro estágio – política institucionalizada A política institucionalizada se caracteriza pela associação do indivíduo politizado em partidos e coletivos. Há uma burocratização da atuação política nesse estágio. O indivíduo calibra sua capacidade de transformação dentro do coletivo e estuda as possibilidades do jogo político passando então para o estágio de análise de conjuntura. 

Quarto estágio – análise de conjuntura Atitudes certas em momentos certos são raras. O ser humano é um ser errante por natureza. O contrato social não é firmado de uma única vez. Ele apenas se apresenta como experimentos de organização que são tão maleáveis quanto o nível de consciência política do coletivo que nele se associa. Portanto, o indivíduo mesclado com sua representação.