Brasil, o país da ignorância

No Brasil, é impossível amar a pátria. Amar o Brasil é como amar algo que sempre dá errado, é ter amor ao que há de pior em termos de valorização do ser humano, da civilização e da cultura, é amar a corrupção e a injustiça (que tanto caracteriza a nossa “nação”).

O nosso país foi projetado para dar errado e foi isso que deu certo. Para todos os lados o analfabetismo e a desnutrição intelectual são colocados no pedestal. Isto explica o nível cultural e intelectual dos nossos presidentes, ministros, deputado e senadores (com raríssimas exceções), o nível intelectual e cultural dos ídolos e das musas do Brasil. Os representantes políticos são um retrato dos representados. O(a) brasileiro(a) não lê livros, não vai ao teatro, não sabe escolher e/ou interpretar músicas e filmes, não sabe o que é arte e o que não é.

Quando cito "o(a) brasileiro(a)" eu também me incluo. Incluo a todos, vivos ou não. Todos nós somos donos dessa situação e responsáveis pelo o que o país é. Uns são responsáveis porque desviam verbas da saúde, outros, porque ficam calados e outros mais porque não agem. Cada um tem a sua parcela de culpa.

Em termos do admirável mundo novo, o povo é formado por deltas e épsilons e, de vez em quando, aparece algum gama ou beta para nos redimir, mas que rapidamente é jogado ao esquecimento justamente por pensar um pouco mais do que o permitido. Não existe uma maneira de se ter amor à pátria no Brasil. O(A) brasileiro(a) só consegue ter orgulho do Brasil no futebol. Os buracos nas pistas, os “acidentes”, os hospitais e as escolas, as mansões dos prefeitos, vereadores e demais usurpadores nos mostram como nós somos.

Dois países, desigualdade e injustiça, ineficácia e ineficiência. Acidentes propositais, desrespeito aos idosos aposentados, aos trabalhadores honestos e a todos que não entram no jogo. O país dos “mais espertos” ou dos “mais corruptos”: o país onde esperteza é sinônimo de corrupção e não de sabedoria. O Brasil é um país surreal e impossível. Não é o país do carnaval, do futebol ou do samba, mas sim da ignorância, da injustiça e da corrupção. O país do conformismo, do desvio de verba e da hipocrisia.

Não existe amor ao Brasil, mas sim amor a uma ilusão de país. Colocar o Brasil acima de tudo é colocar todo esse lixo político no altar, no pedestal e na avenida. Não há maneira de se amar o Brasil quando se pensa o Brasil como ele é de fato. Este é o país dos assassinatos não resolvidos e da impunidade dos privilegiados (e apenas para os privilegiados). Para os demais, a injustiça mostra todos os seus dentes e garras.

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